terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Éter com abundância nesta estrada,
aromas e papoilas, pés de rosa,
uma atmosfera paralela, ânsia
tão calma e calculada, sinuosa
via sacra apressada e tão profana

Que o meu sacrilégio é ser poeta
experimentador de tudo que transporta,
perante o Anjo, o soro da palavra:
só, num banco d'areia movediça,
alerta, agrafado a uma asa

António Barahona da Fonseca
(Livros da Índia)